FARTURA NA COLHEITA DA HORTA COMUNITÁRIA DOS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL IZILDA REISER MAFRA, EM NAVEGANTES, SANTA CATARINA

09/04/2018 Categoria: Geral

Eficiência de estudantes e professores rendeu R$ 10 mil em investimento do Ministério da Educação para este ano, mas iniciativa ainda carece de estruturas e maior envolvimento da sociedade.

Desde o início de 2017, após uma experiência de sucesso com o projeto de monitoramento de lontras no rio Itajaí-Açu, estudantes e professores da Escola Municipal Izilda Reiser Mafra, em Navegantes, estão envolvidos no Projeto Horta Comunitária. A iniciativa faz parte de um Programa de Educação Ambiental conduzido pelo Grupo Acquaplan e mantido pela empresa Huisman do Brasil desde a sua instalação no município, em 2015, em atendimento às legislações ambientais para suas operações.

O projeto buscou incorporar interesses das instituições locais (escola municipal, posto de saúde, Secretaria Municipal de Agricultura e Epagri) de estruturar um espaço de horta comunitária no terreno entre a escola e unidade de saúde do bairro Volta Grande. Um ano após seu início, além da farta colheita, os jovens e seus orientadores garantiram investimento do Ministério da Educação na ordem de R$ 10 mil para 2018, voltado para a construção de um sistema de irrigação para as plantas.

As atividades do Projeto Horta Comunitária foram planejadas no fim de 2016 e tiveram início em março de 2017. Em maio, começou a construção dos canteiros da horta, realizada durante o contraturno escolar. O solo, em terreno dentro da escola, estava muito compactado, o que dificultou a preparação dos canteiros. O problema foi solucionado em abril, quando o Programa de Educação Ambiental (PEA) da Huisman comprou os materiais e equipamentos básicos para iniciar a horta, como pás, enxadas, botas, carrinhos de mão, entre outras ferramentas.

Orientados pelo professor de geografia Eriberto Nunes, um grupo de estudantes iniciou a preparação do solo. A construção dos canteiros seguiu até início de junho, quando teve início uma campanha para envolvimento dos moradores vizinhos da escola no projeto, para doação de esterco.

Nos meses de junho e julho, devido às provas escolares e às férias, os trabalhos na horta foram reduzidos. Mesmo assim, houve plantio de mudas de ervas medicinais, hortaliças e temperos como couve, alface, morango, feijão, almeirão, agrião; salsinha, cebolinha, hortelã, alecrim, capim-limão, babosa, erva-cidreira, melissa, arruda, penicilina e boldo. A primeira colheita aconteceu no fim de julho, obtendo couve, almeirão e salsinha, dados para o vizinho que doou esterco para a horta.

Semestre generoso

Em agosto de 2017, os alunos do 3º ano da professora Jacqueline Régis tiveram uma aula sobre invertebrados, com atenção especial às minhocas e sua importância para a qualidade do solo. No mesmo mês, eles iniciaram a construção da composteira e também colheram as primeiras grandes quantidades de alface, almeirão e brócolis. A produção foi doada para os alunos da escola, incentivando o consumo de alimentos saudáveis e orgânicos.

Entre setembro e dezembro, os estudantes registraram mais colheitas com o funcionamento pleno da composteira. Os dez canteiros, com cerca de dez metros de comprimento cada, impressionaram pela vitalidade, coloração, fertilidade e produção.

Foram realizadas colheitas de brócolis, alface verde (lisa e crespa) e roxa, almeirão, almeirão-paulista, rabanete, beterraba e temperos verdes. As alfaces que produziram flores e sementes foram usadas para coleta de sementes e produção de mudas através da semeadura. Feijão-vagem, morango, repolho, cenoura e tomate foram acrescentados à colheita.

Plantio, ensino e sociedade

Ao todo, 60 estudantes do 3º ao 9º ano participam ativamente do projeto, contribuindo nas tarefas semanais da horta. Mas todas as turmas da escola foram beneficiadas com atividades lúdicas na horta, visitas, passeio, irrigação, observação dos animais da horta (sapo, joaninhas, minhocas, entre outros insetos) e observação das plantas, uso das ervas medicinais para chá e recebimento de mudas doadas.

“A horta tem sido usada para aulas ao ar livre, para conhecer mais sobre as plantas e sobre a fauna associada no espaço de produção orgânica”, explica o professor Eriberto Nunes. Segundo ele, “as possibilidades de se usar o ambiente da horta para trabalhar os conteúdos educativos são imensas, e contribuem para a formação integral do ser humano”.

Apesar da proposta inicial considerar a horta comunitária, a educadora ambiental Giseli Aguiar, responsável pelo PEA da Huisman, lamenta a carência de mobilização local. “Instituições locais demonstraram interesse em participar, no entanto a horta tem sido usada apenas pela comunidade escolar, estamos abertos para parcerias com a Secretaria de Saúde para o uso terapêutico da horta, ou outras instituições e moradores locais”.

O investimento recém-adquirido do Ministério da Educação na ordem de R$ 10 mil pode ser um estímulo ao envolvimento da gestão pública nas atividades da horta e para a sua expansão. “A expectativa é grande”, conclui a diretora da Escola Municipal Izilda Reiser Mafra, professora Analice Dias.